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Sem apoio público, pessoas de baixa renda não têm acesso ao modelo sustentável

Foto do escritor: Joao Pedro FarahJoao Pedro Farah

Atualizado: 29 de jun. de 2020


Voluntária desenvolve placa de LED no Jardim Gramacho, na Baixada Fluminense - Foto: Daniel Barbutti

Um trabalho voluntário, com apoio de empresas nacionais e multinacionais, tenta romper a barreira social que impede a chegada de um modelo sustentável de energia, proveniente das lâmpadas de LED, às moradias de baixa renda. Este é o objetivo da “Litro de Luz”, ONG fundada em 2016 e que trabalha com o fornecimento de energia elétrica em várias regiões do Brasil sem luz.Seu maior desafio é vencer um problema levantado por estudo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), que mostrou a falta de acesso das classes mais pobres ao modelo sustentável.


Esse tipo de lâmpadas fluorescentes de LED - Light Emitting Diodes - se tornou cada vez mais popular no Brasil devido ao baixo custo a longo prazo e a maior duração. No ano passado, o Governo Federal desenvolveu parcerias com estados para fornecer energia elétrica provenientes das lâmpadas de LED, mas várias regiões foram pouco beneficiadas, como a cidade do Rio de Janeiro.


Há quatro anos no comando da organização no Rio de Janeiro, Tayane Costa afirma que todas as ações realizadas pela Litro de Luz contam com a colaboração dos moradores.


- Nós basicamente levamos o material e auxiliamos. A gente aplica a metodologia de desenvolvimento social e, no dia da ação, quem faz a montagem do poste e dos lampiões são os moradores. Esse engajamento na comunidade é uma metodologia nossa .A intenção agora é trazer para o Rio de Janeiro a lâmpada de LED. Atualmente temos três tipos de instalação, que são: lampião, postes de iluminação para o local onde não chega o poder público e os módulos de LED que são os mais sustentáveis.

A ONG Litro de Luz também realiza atividades na Região dos Lagos e em outros locais do estado do Rio de Janeiro. Um dos focos de ação da organização se dá em comunidades quilombolas e ribeirinhas, consideradas menos ajudadas pelo poder público. Responsável pela área de operação e tecnologia da Litro de Luz, Guilherme Aragão considera que as ações de energia sustentável ajudam no impulsionamento da economia local.


- Nossa embaixadora do Quilombo Santa Justina, em Mangaratiba, nos enviou um vídeo fazendo farinha de mandioca com seu companheiro. Ali a gente pôde observar iluminação do lampião. Então é muito legal vermos o impacto que a gente tem nas comunidades e impulsionar a economia. A iluminação ajuda a gerar renda para as famílias.


Embora não haja incentivo em grande escala por parte do poder público na instalação de equipamentos que utilizam energia sustentável, já existem diretrizes federais para aumentar a incidência delas. De acordo com o analista de arquitetura da Eletrobras Daniel Delgado, a concessão do Selo Procel, que é uma garantia legal de venda, serve para aumentar o consumo de lâmpadas por parte dos consumidores.


- Esse selo permite ao consumidor conhecer, entre os equipamentos e eletrodomésticos à disposição no mercado, os mais eficientes e que consomem menos energia, como por exemplo as lâmpadas de LED. Além de contribuir para a disponibilidade de novos tecnologias, o Selo Procel incentiva o seu consumo no mercado brasileiro.


No último ano, a Eletrobras disponibilizou mais de 30 milhões de reais, via Programa Nacional de Iluminação Pública Eficiente, o Procel. A entidade informou que o projeto visa tornar mais eficiente a iluminação pública de vias de todos os municípios do país. O Procel Reluz ainda explicou que a ideia é disponibilizar nos próximos anos um legado de energia limpa em todo o Brasil.



Moradora do Jardim Gramacho com voluntário da ONG Litro de Luz - Foto: Daniel Barbutti

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